Agrotóxicos

impactos na saúde

São mais de 800 toneladas de agrotóxicos aplicadas anualmente no Brasil, que mantém desde 2008 o primeiro lugar mundialmente no uso dos venenos, muitos deles proibidos em outros países. Seriam 05 kilos (aproximadamente) de agrotóxicos por habitante, muitas vezes aplicados através de aviões nas vastas monoculturas.

Os efeitos dos agrotóxicos para a saúde humana são negados pela indústria, mas dificilmente alguém pode acreditar que é possível descarregar esse bombardeio de venenos na terra, sem prejudicar a vida nela. Essa guerra contra a natureza é uma guerra contra nós mesmos, como alertou já a bióloga Raquel Carson em 1962.

Com a resistência cada vez maior de insetos e plantas consideradas “pragas”, recorre-se a doses cada vez mais altas de venenos, sem admitir a loucura patológica dessa estratégia. É uma guerra que não pode ser ganha.

 

A exposição de crianças e adolescentes aos agrotóxicos

Os agrotóxicos são relacionados com doenças como diferentes tipos de câncer, depressões, autismo, Alzhéimer, Parkinson, diabetes e obesidade. As substancias tóxicas são especialmente perigosas para crianças que são mais sensíveis no seu desenvolvimento e mais expostas, porque processam mais ar, água e comida em relação ao seu peso.

Sua pele é mais permeável e a absorção do intestino é maior. Também são mais sensíveis na sua fase de adolescência as mudanças hormonais. As crianças e adolescentes estão atualmente mais doentes que a geração anterior, sofrem mais cânceres, autismo, deficiências de nascimento e alergias.

O Pesticide Action Network dos Estados Unidos compilou as evidências das vinculações entre a exposição das crianças às pesticidas e a danificação do cérebro e do sistema nervoso. A exposição acontece não somente pela comida contaminada, mas também pelo ar, água e a aplicação de venenos em jardins ou praças públicas.

Grafico: Fernando Lima
Grafico: Fernando Lima
Grafico: Fernando Lima

Os casos de intoxicações

É difícil relacionar doenças com certas sustâncias químicas, quando se manifestam – com o tempo, o que somente permite registrar os casos agudos e mais graves. Além disso, os casos agudos nem se registram sempre e os crônicos não constam nos sistemas de informação. Mesmo assim se registram cerca de 03 milhões de pessoas intoxicadas pelo uso de agrotóxicos ao ano mundialmente e mais de 220.000 pessoas morrem; são 660 mortes ao dia, 25 mortes por hora, sem contar com acidentes nas fábricas. As Nações Unidas consideram que o número de intoxicações pode ser até 13 vezes maior nos países do sul, do que nos países industrializados.

No Brasil, o Ministério da Saúde considera que são mais de 400.000 pessoas contaminadas por agrotóxicos, com cerca de 4.000 mortes ao ano. O envenenamento dos agricultores e trabalhadores agrícolas é evidente. O SINITOX (Sistema Nacional de Informações Toxico Farmacológicas) notifica entre 1999 a 2009, cerca de 62.000 intoxicações, seriam cerca de 5.600 casos por ano.

O documentário O Uso INSeguro de Agrotóxicos, lançado no início de setembro 2016, afirma que não existe um uso seguro de agrotóxicos – como os defensores do uso de venenos argumentam; mostra o resultado de uma pesquisa sobre o uso de agrotóxicos em Minas Gerais.

Pedro Abreu, farmacêutico e pesquisador da Unicamp, elaborou o curta-metragem junto com o Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, o Coletivo Ninho de Guaxo e a Catumba Filmes, financiado pelo Fundo de Apoio ao Ensino Pesquisa e Extensão (FAEPEX) da Pró-Reitoria de Pesquisa da Unicamp.

 

 

O Dossiê da Abrasco

A ABRASCO lançou em 2015 uma nova edição do dossiê, alertando sobre os efeitos dos agrotóxicos na saúde.

A publicação contém mais de 600 páginas, incluindo a revisão do Dossiê de 2012 e uma quarta parte inédita. Existem suficientes informações, estudos e pesquisas sobre os efeitos nocivos à saúde e aos agroecossistemas do uso de agrotóxicos.

Segundo os dados da Anvisa 64% dos alimentos são contaminados, foram 34.147 casos de intoxicação por agrotóxicos registradas de 2007 a 2014 (MS/DataSUS).

A agroindústria faturou em 2014 U$12 bi com a venda dos agrotóxicos.
Veja mais informações sobre o Dossiê Abrasco aqui.

Pequeno Ensaio Cartográfico Sobre o Uso de Agrotóxicos no Brasil

 

Larissa Mies Bombardi traz um mapeamento bastante
abrangente do uso de agrotóxicos com dados recentes,                                  fruto do seu trabalho de pesquisa.                                                                      As mapas mostram as intoxicações por
agrotóxicos nas regiões e a utilização de agrotóxicos em cada
município brasileiro.

 

 

Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida

130 empresas fabricam agrotóxicos no Brasil, somente seis corporações dominam 68% do mercado: BASF, DOW, Monsanto, Syngenta, Bayer e DuPont. Somente em 2011 ganharam mais de 09 bilhões de dólares, enviando o dinheiro a suas sedes e deixando os prejuízos à população brasileira.

As empresas são enfrentadas por um dos maiores movimentos sociais do mundo, a Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e Pela Vida. São 173 entidades e movimentos sociais organizados em 45 comitês em todo o país. A campanha é apoiada por jornalistas, estudantes e professores, ao exemplo da professora de Medicina laboral Raquel Rigotto, que coordena investigações sobre a intoxicação de agricultores familiares e trabalhadores rurais no Estado do Ceará. São organizados debates sobre documentários como O veneno está na mesa, de Silvio Tendler (2011 e 2014), jornadas de agroecologia e audiências públicas.

A Campanha Contra os Agrotóxicos e Pela Vida “tem o objetivo de sensibilizar a população brasileira para os riscos que os agrotóxicos representam, e a partir daí tomar medidas para frear seu uso no Brasil e luta por outro modelo de desenvolvimento agrário. Por uma agricultura que valoriza a agroecologia ao invés dos agrotóxicos e transgênicos, que acredita no campesinato e não no agronegócio, que considera a vida mais importante do que o lucro das empresas”.

(fonte: http://www.contraosagrotoxicos.org/index.php/campanha)

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