Nutrição ecológica

bom para você e bom para o planeta

Nutrição ecológica

A nutrição ecológica trabalha as relações entre alimentação, a nossa saúde e a saúde do planeta. É uma disciplina interdisciplinar com diferentes origens, alguns vêm desde a antiguidade.

O conceito foi definido em 1987 por um grupo de nutricionistas na Universidade de Giessen, Alemanha e trata das consequências locais e globais da produção de alimentos, do beneficiamento, do comércio e do consumo.

Numa visão holística e sistêmica são examinados assuntos como a qualidade dos alimentos, o balance ecológico e a valoração do ciclo de vida, as influências no clima, na nutrição mundial e os preços dos alimentos. São comparadas as consequências de diferentes dietas e políticas na agricultura e no meio ambiente. Basicamente são quatro dimensões: a saúde, o ecossistema, a sociedade e a economia.

Apresentação do Movimento Sem Terra no VII Congresso Brasileiro de Agroecologia

O dilema do omnívoro

Somos omnívoros e podemos nos alimentar de tudo, desde sementes, folhas, raízes, frutas, cogumelos, insetos, mariscos, peixes, aves, mamíferos… O dilema é saber qual é a alimentação mais adequada. Foram necessárias as experiências de muitas gerações para identificar o que é comestível e quais são os efeitos para a saúde.

A globalização da dieta iniciou faz milhares de anos com as migrações dos povos que levaram e plantaram seus alimentos em outros continentes – as batatas dos Andes, o milho da América Central, o trigo da Etiópia, o arroz e soja da Ásia e a mandioca e o feijão da América do Sul.

No processo de coevolução surgiram novas espécies, mas apesar da enorme variedade de plantas, que servem como alimentos, cerca de 60% do que é consumido no mundo vem somente de quatro plantas – trigo, arroz, milho e batatas. As variedades foram reduzidas cada vez mais pelas preferências da indústria e a privatização de sementes pelas grandes distribuidoras.

No século XX houve uma grande mudança na dieta, especialmente nas cidades, com a introdução de alimentos industrializados, preparos artificiais e instantâneos e as cadeias de comida rápida globalizaram o consumo de hambúrguer, batatas e refrigerantes, causa de uma pandemia de obesidade e doenças crônicas.

Hoje os alimentos têm tantas sustâncias adicionadas e o novo desafio é que já não sabemos mais o que comemos.

Nas feiras orgânicas da agricultura familiar você pode encontrar alimentos saudáveis, produzidos sem agrotóxicos, da sua região.

Veja no mapa do idec – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor – aonde e quando são realizadas feiras no seu município.

Comer é um ato político

A nossa escolha diária sobre o que comemos nos define, somos o que comemos. Mas não é somente uma questão pessoal, também tem implicações éticas e políticas, já que a opção por uma dieta tem também impactos sociais e ambientais.

Cozinhar pode ser um ato revolucionário, cada vez que alguém prepara uma comida sem utilizar ingredientes da agroindústria está reconquistando um pouco de sua soberania alimentar. Quando é preparada uma comida com produtos ecológicos da região, apoia-se o sistema agroalimentar local. Utilizam-se muito menos óleo, sal, conservantes, colorantes ou estabilizantes.

As pessoas estão entendendo cada vez mais que estão vinculadas à agricultura quando comem e que, como consumidores, somos “co-agricultores” e que criamos nosso sistema agroalimentar com as opções que fazemos quando comemos.

Comer é então um ato agrícola, ecológico e político.

A política de alimentação envolve, como qualquer política, nossa liberdade. Lembramos ainda (as vezes) que não podemos ser livres se nossas mentes e vozes são controlados por alguém. Mas negligenciamos de entender que não podemos ser livres se nossos alimentos e suas fontes são controlados por alguém. Essa condição de consumidor passivo de alimentos não é uma condição democrática. Uma razão para comer responsável é de viver livre (2009).

Wendell Berry

agricultor e ativista americano

O movimento pela alimentação (food movement)

Confrontados com o poder das grandes corporações que monopolizam a cadeia alimentar e são responsabilizadas pela epidemia de sobrepeso e doenças relacionadas com a comida industrializada, surgiu o movimento pela alimentação nos Estados Unidos e países europeus. Um dos maiores movimentos é o Slow Food, criado em 1986 como resposta à invasão da comida rápida, que conta com mais de 100.000 membros em 160 países e promove atividades através de grupos locais. Se dedica à recuperação de culturas culinárias com a preservação de plantas e animais ameaçados de extinção. A sua rede “Terra Madre” reúne desde 2004 bianualmente em Turin (Italia) mais de 5.000 produtores e produtoras de 130 países e cerca de mil cozinheiros.

No Brasil, o Slow food tem grupos locais em 17 áreas, onde desenvolvem diferentes atividades.

Mais informações: http://www.slowfoodbrasil.com/

As dietas vegetarianas podem salvar o planeta

A solução para a fome e a degradação planetária pode ser uma mudança nas dietas da civilização globalizada do consumo de produtos animais, para uma alimentação baseada em vegetais.

Pesquisas mostram que as dietas vegetarianas minimizam as mudanças climáticas, reduzem a fome, aumentam a proteção do meio ambiente e reduzem a poluição.

  • A produção de carne é a que contribui mais para a emissão de gases do efeito estufa, com 51% do desmatamento, através do metano, um gás mais potente que o CO2, proveniente da digestão, e do CO2 emitido no transporte e na refrigeração.
  • Somente com a produção dos grãos que são utilizados na criação de animais, poderia-se alimentar 20% da população mundial, 1,4 bilhões de pessoas. Atualmente calcula-se que quase um bilhão sofre de fome. Para produzir um quilo de carne são necessários 7 a 10 quilos de grãos de soja. 90% da produção mundial de soja, e cerca de 40% dos cereais produzidos no mundo, são destinados para o consumo de carne.
  • Em relação aos danos ecológicos causados pela produção industrial de animais são necessários 10 vezes mais terras para a produção de proteína animal, que para a mesma quantidade em proteínas vegetais.
  • O uso de terras para a produção de soja contribui para o desmatamento das florestas tropicais, especialmente no Brasil, onde a selva amazônica diminui rapidamente.
  • Para produzir um quilo de carne consomem-se 15 500 litros de água doce, e para produzir um quilo de batatas, somente 900 litros.

Também reduziria a poluição ambiental pelo confinamento dos animais, que polui o solo, a água e os mares com contaminantes, dentre esses antibióticos, hormônios e pesticidas. veja mais

A nutrição ecológica sustentável segue sete princípios:

1) a dieta se baseia principalmente em vegetais,

2) os alimentos são provenientes da agricultura ecológica,

3) os produtos são da agricultura familiar local e regional, conforme a temporada,

4) os alimentos são minimamente processados e industrializados,

5) são empacotados ecologicamente,

6) o comercio é justo para as famílias agrícolas e os consumidores,

7) os alimentos são preparados com cuidado mantendo o sabor e nutrientes.

Lembrando: o que é bom para você é bom para o planeta.

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