Resultados do Global Nutrition Report 2017 apresentados
O Relatório sobre Nutrição global de 2017 foi discutido dia 19 de abril num evento promovido por ONGs alemãs em Berlim, que trabalham em países do sul.
Corinna Hawkes, diretora do Center for food policy de Londres apresentou o relatório, relacionando com o segundo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável – ODS, que pretende acabar até 2030 com a fome no mundo, garantir segurança alimentar e uma melhor nutrição. “Nenhuma pessoa deve ser deixada para trás” é a promessa da Agenda 2030, incluindo especialmente agricultores familiares, crianças, mulheres gravidas, pessoas idosas e doentes.
O Relatório Global de Nutrição de 2017 se concentra em cinco áreas principais e mostra que a melhoria da nutrição pode ter um poderoso efeito multiplicador entre os ODS. De fato, indica que será um desafio alcançar qualquer ODS sem abordar a nutrição. O relatório mostra que há uma excelente oportunidade para alcançar alvos globais de nutrição, enquanto catalisar outras metas de desenvolvimento através de ações de “dever duplo” e “tríplice dever”, que combatem a desnutrição e outros desafios de desenvolvimento, pode render múltiplos benefícios entre os ODS.
No entanto, apesar dos passos significativos que o mundo deu para melhorar a nutrição e os encargos associados à saúde nas últimas décadas, o Relatório Global de Nutrição deste ano mostra com os dados levantados que existe um problema nutricional de larga escala e universal. A comunidade global está lidando com múltiplos ônus da desnutrição. A análise indica que 88% dos países para os quais existem dados enfrentam um sério desafio com duas ou três formas de desnutrição (desnutrição infantil, anemia em mulheres em idade reprodutiva e / ou sobrepeso em mulheres adultas).
O número de crianças com menos de cinco anos cronicamente ou agudamente desnutridas pode ter caído em muitos países, mas no rastreamento de dados mostra que o progresso global para reduzir essas formas de desnutrição não é rápido o suficiente para atingir metas nutricionais acordadas internacionalmente. incluindo a meta do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2.2 para acabar com todas as formas de desnutrição até 2030. As estatísticas da fome estão indo na direção errada: agora 815 milhões de pessoas passam com fome, acima dos 777 milhões em 2015. A realidade dos famintos no mundo hoje significa alcançar essas metas, especialmente evitando o desperdiço, vai se tornar ainda mais desafiador.
Na discussão a demanda ao Governo alemão foi uma melhoria na coordenação entre os ministérios com mais recursos dedicados a luta contra a fome, a mudanças das estruturas, que causa a desnutrição, com uma visão integral do sistema agroalimentar, e coerência nas ações, que muitas vezes são contraditórias.
As organizações da sociedade civil demandam também mais transparência sobre a aplicação dos recursos e a publicação de dados, o apoio às pessoas mais vulneráveis, como a população atingida por catástrofes naturais e conflitos.
Entretanto, o Brasil, que tinha saído em 2014 do mapa da fome das Nações Unidas, foi inserido novamente. Pelos cortes nas políticas públicas, milhões de pessoas voltaram a passar fome num país, que é um dos maiores exportadores de produtos agrícolas em nível mundial.
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